segunda-feira, 22 de outubro de 2007

MANIFESTO EM DEFESA DO TEATRO DE BELÉM

1- Belém não possui um teatro municipal. É necessário construí-lo, não fazendo adaptações canhestras em prédios inadequados, mas criando uma estrutura verdadeiramente original, equipada e completa para a função a qual é destinada.

2- Da mesma forma, é importante que Belém possua uma companhia de teatro municipal, com uma equipe de atores e um diretor contratado pelo período de um ano, dedicados à produção de peças clássicas que, de outra forma, jamais seriam encenadas por companhias particulares, para que tanto o público quanto a classe teatral tenha acesso a essas peças.

3- A mesma concepção pode ser estendida ao governo do Estado, com a criação de uma companhia de teatro estatal.

4- É importante que as peças, montadas por essas companhias públicas, tivessem temporadas mais longas, de quatro ou cinco meses, para garantir o aprimoramento dos atores.

5- Belém precisa de um festival sério de teatro, da mesma forma que tem festivais de ópera, de dança, de cinema etc. Um festival que dê espaço tanto para grupos profissionais quanto para grupos amadores ou experimentais. A capital possui vários espaços interessantes que podem ser utilizados para espalhar teatro por toda a cidade.

6- Assim como poesia, teatro não é comercial, especialmente numa capital problemática como Belém, e especialmente quando se trata de teatro de maior qualidade, com peças mais difíceis de montar e apresentar. Dessa forma, não se pode pensar num festival como esse sem que a iniciativa venha do governo estadual e municipal, através de suas secretarias de cultura. A pressão sobre eles, portanto, pela classe artística é fundamental.

7- Da mesma forma, dentro do conceito de um festival de teatro, o intercâmbio com companhias e artistas profissionais de outros estados, ou mesmo internacionais, é muito importante.

8- A integração entre os espaços cênicos públicos de Belém deve ser incentivada e aprimorada, bem como a sua democratização e utilização racional e eficiente.

9- A classe teatral de Belém precisa de uma associação séria, que realmente a represente. Cabe a cada artista (atores, diretores, técnicos, profissionais ou amadores) o empenho para que essa representatividade seja alcançada.

10 - Educação é fundamental. Sabe-se que a questão da formação do ator passa por níveis mais complexos do poder público, que um simples manifesto não resolveria. É política federal, derivada do centro do poder e das assembléias legislativas dos estados. Não seria inviável, porém, a publicação de uma revista sobre teatro, com textos que servissem ao aprimoramento cultural, estético e crítico da classe teatral, em todas as áreas.


*Reprodução do Blog Ecos do Nada por Marcelo Marat

Um comentário:

Marcelo Marat disse...

Valeu pela divulgação, Fernando!