sábado, 26 de abril de 2008

Conheça a Tv JA!!!

A grande novidade do teatro paraense dos últimos tempos é TV JA, com matérias sobre teatro e outras artes realizadas na cidade de Belém.

É uma iniciativa que merece todo o apoio e reconhecimento dos artistas paraenses e de todo o Brasil.

Um canal de TV sobre Teatro!

Parabéns, TV JA!

Assistam, é imperdível...

Nu Nery


UFPA comemora Dia Mundial do Teatro


Peça de Brecht é encenada em Belém


Palco Livre 2008 estréia com a peça Cabanos!


I Torneio de Improvisação Teatral em Belém


Aniversário da Cia. de Teatro Madalenas


Mais vídeos na TV JA...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

"Nu Nery" comemora segundo ano em Cartaz


Peça sobre paraense que revolucionou as artes plásticas já foi apresentada em diversas cidades brasileiras

Ele pediu vários corpos para sua alma múltipla. E o teatro parece ter decidido atender o apelo desse grande gênio. A pluralidade tem sido a grande marca do espetáculo Nu Nery, de Carlos Correia Santos. Inspirada no perturbador universo do poeta e artista plástico Ismael Nery, a obra não cessa de ganhar vida nova. Para comemorar três anos de temporadas, a produção volta ao cartaz nesta quarta-feira, dia 13, na sala de teatro do campus da Unama da Alcindo Cacela. Com montagem do Grupo de Teatro Palha, sob direção e encenação de Paulo Santana, a peça vem conquistando marcas importantes para o cenário teatral nortista: “Todos sabem das dificuldades que enfrentamos para fazer teatro em nosso Estado. Nu Nery, portanto, é um exemplo de sucesso. O texto foi premiado. A montagem foi resultado de um prêmio nacional. Já fomos do sul ao nordeste do país com esse trabalho. Ainda esse ano vamos para Brasília, graças a vitória que obtivemos no edital da Caixa Cultural. E, pelo terceiro ano consecutivo, a cidade em que Ismael nasceu poderá assistir a peça. Temos que festejar. E muito”, salienta Paulo Santana.

A nova temporada será de 13 a 15 e de 20 a 22 deste mês, sempre às 19h. Os ingressos custam R$10,00. Para o autor da peça, a longevidade da montagem representa, acima de tudo, um tributo. “Estou realizando um sonho. O sonho de celebrar o legado de Ismael”, afirma Carlos Correia Santos. E ele completa: “Quando escrevi essa obra meu maior desejo era oferecer maior entendimento e visibilidade a obra desse grande mestre. Sobretudo em sua terra natal. O êxito dessa produção tem cumprido o meu intento de autor”.

Agenda – Além destas duas semanas, Nu Nery também já tem agendadas outras apresentações. Nos dias 11 e 12 de abril o espetáculo poderá ser visto no teatro Maria Sylvia Nunes, da Estação das Docas, dentro do projeto Palco Livre. No segundo semestre a peça parte para a capital federal. Como resultado do concorrido edital nacional Caixa Cultural, a montagem ganhará sessões no teatro da Caixa Econômica em Brasília. Uma vitória marcante, aliás. Na lista de produções contempladas com o Caixa Cultural na categoria teatro, o grupo Palha divide cena com grandes companhias e entidades brasileiras, como o Grupo Teatral Lauro Góes, a Patrícia Travassos Produções, a Tapa Produções Artísticas, Renato Borghi Produções Artísticas, CAL e a Cooperativa Paulista de Teatro.

A crescente e notável esteira de sucesso da obra já lhe garantiu apresentações em Santa Catarina (como espetáculo convidado do Festival Brasileiro de Teatro, representando a região Norte), São Luís, Recife, Natal e Camaçari, na Bahia (dentro da Caravana Funarte Petrobras de Circulação Nacional).

O enredo – Resultado de cinco anos de pesquisa, Nu Nery mergulha na vida e obra do poeta e artista plástico Ismael Nery (interpretado por Luiz Fernando Vaz). A trama gira em torno das relações afetivas e intelectuais que o artista paraense, hoje mundialmente aclamado, travou com sua esposa, a célebre jornalista carioca Adalgisa Nery (Abigail Alves), e com o famoso poeta mineiro Murilo Mendes (Leonardo Cardoso). “Escrever essa peça foi uma das experiências mais significativas que já vivi”, conta Carlos, que teve de enfrentar o grande obstáculo da falta de registros locais. “Há muito pouco material sobre Ismael na região em que ele nasceu. Tive de usar muitas fontes. Aproveitei viagens ao Rio e a São Paulo para ter acesso a informações mais sólidas”.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

LUTO POR NÚBIA GOIANO


Foi brutalmente assassinada nesta quarta-feira última a figurinista e mulher de teatro Núbia Goiano, mãe de Edielson Goiano. Este que tive o prazer de conhecer pessoalmente em visita ao Curro Velho e que conheci mais pelo seu trabalho como dramaturgo do que pessoalmente.

Não me interessa comentar as circunstâncias do acontecimento. Até a ocasião me chegaram apenas informações desencontradas e também por achar ser um expediente inútil neste momento de dor e revolta para toda a classe artística; e absolutamente, para o filho e os familiares de Núbia.

Conheci a Núbia também muito brevemente em meados de 2001 quando da montagem do Auto das Pastorinhas da Unama e, se não conheci ao fundo o ser humano, conheci pela obra dos figurinos que confeccionava, uma mulher que pelo aprumo, carinho e dedicação ao ofício, mostrava real e genuína veneração pelo teatro e à profissão de fé do artista. Mais do que bastante para merecer todo o nosso respeito.

É consternado e revoltado que recebi esta notícia terrível ainda ontem, horas após o ocorrido.

Ouvi muitas pessoas dizerem que foi uma fatalidade. Não concordo. É um atentado à fé e à dignidade humana considerar este fato brutal apenas uma fatalidade. Este fato é o resultado de um país que, mais do que ter autoridades lenientes e irresponsáveis, está cultivando em bom adubo uma cultura que tem como lei a Lei da Selva.

Considerar o que aconteceu mais uma fatalidade é colocar os cidadãos pacíficos na condição de caça: fracos e indefesos diante de lobos com garras afiadas em uma plena e harmônica convivência natural. Não há nada de natural no assassinato diário de pessoas inocentes que estão apenas vivendo do seu trabalho. E muito menos naturalidade há em bandidos que medem a vida humana pelo conteúdo de bolsas e carteiras.

Por trás dessa falácia de que uma lei natural nos domina e que o que nos cabe nessa história de lobos e ovelhas é o papel de sacrificados, há um sinistro silogismo: o de que somos responsáveis, em algum grau, pela revolta dos bandidos e assassinos contra a sociedade, infelizes vítimas da "exclusão social" e, portanto, estamos recebendo o troco merecido ao nosso papel de excluidores históricos.

Não há direitos humanos para humanos direitos. Há "direitos humanos" para assassinos brutais que vestem a pele de cordeiro ao levar uma sova de um policial que realiza seu trabalho. Há "direitos humanos" para o infeliz ladrão que é baleado dentro da propriedade alheia. Há "direitos humanos" para todos os que optaram veementemente e insistentemente pelo papel de lobos em uma sociedade de ovelhas amarradas para o holocausto. Não são humanos policiais que morrem no dever ou pais de família a caminho do trabalho que são surpreendidos pela tragédia; como o termo acima discretamente parece sugerir, só podem pertencer a outra espécie.

Não é a questão de se eleger fulano ou sicrano, ou de destitur do poder "a" ou "b"; a mudança tem que ser na mentalidade de vítima fatal que estamos alimentando. Há de se cobrar sim de quem tem o poder e o dever de nos proteger, e para qual pagamos altíssimos impostos, o nosso direito à segurança e justiça. Há de nos posicionarmos sim contra a glamourização do bandido pobrezinho que mata dez pra comprar um tênis, de quem comete chacinas por um prato de comida. Havemos de escolher sim um front nesta batalha.

Há milhões de pessoas nesse país que são incapazes de descontar sua raiva num cão pulguento quanto mais em um ser humano. Muitos se humilham em balcões de lojas e aceitam viver um dia de cada vez uma vida mambembe como a dos artistas, apenas para não se darem o luxo de pegar em armas para cobrar sua "dívida social".

Mas a "luta pela sobrevivência" parece que têm matado o instinto de justiça e liberdade dos artistas. As gerações anteriores de palhaços, poetas e trovadores não exitavam em fazer pelo menos da sua vida um exemplo de insatisfação, quando não subiam em caixotes e montavam peças maravilhosas de protesto e lideravam uma nação inteira contra o desmando e a tirania fardada. Porém as décadas viram toda uma classe depositar suas esperanças em ideologias e lideranças de papelão, crentes de que estas trariam o paraíso à terra. Não há paraíso muito menos inferno. Há um limbo onde as pessoas suspiram eternamente uma esperança que não veio. Cientes de que ajudamos a geração anterior que sofria na mão dos censores a alcançar o poder, hoje não esboçamos um só gesto de indignação e de cobrança perante os não-fardados. Está tudo perfeito e harmônico como o foi o mundo momentos depois da Criação...

A vida humana tem um valor hoje tão profundo quanto um pires. O que choca é o roubo dos cofres públicos, das verbas para a educação e para a cultura. Militar é lutar contra a CPMF e o aumento do salário dos parlamentares. Crimes terríveis são mesmo o Mensalão e os doláres nas cuecas; o linchamento do menino João Hélio, a execução de uma família inteira em Bragança Paulista, o assassinato de Núbia Goiano e do vizinho do lado são coisas de importancia secundárias, por se tratarem de "fatalidades".

Não há planos há curto prazo pra se deter esse genocídio da população brasileira e de nosso entes queridos. Muitos ainda hão de ser oferecidos em libação no altar da "justiça social". Talvez eu, talvez você; Deus nos proteja! Mas muito podemos fazer se mudarmos agora nossa mentalidade para a valorização das coisas primeiras: e não há primazia mais urgente e mais necessária ao fazer do artista do que a defesa da vida e da dignidade humana, matéria-prima maior para a fornalha dos nossos dons divinos e nossa mais suprema missão.

*Por Luiz Fernando Vaz




quarta-feira, 14 de novembro de 2007

No princípio era o barro...














Usina de Teatro da UNAMA apresenta...
"O AUTO DAS SETE LUAS DE BARRO", de Vital Santos.

Dias 14, 15, 16, 22, 23, 28, 29 e 30 de Novembro

Sala de Experimentação Cênica da UNAMA
Campus Alcindo Cacela
5ºAndar - Bloco D

às 19:30h

-
Entrada Franca -

Direção: Paulo Santana

Classificação Livre

Informações: (91)4009-3013

Leia matéria sobre em http://teatroparaense.blogspot.com/2007/09/usina-de-teatro-ensaia-o-auto-das-sete.html

terça-feira, 6 de novembro de 2007

QUANDO A MÚSICA TERMINAR...














- Da esquerda para a direita: Artaud, Nietzsche e Jim Morrison.


*Por Marcelo Marat


O primeiro final de semana de novembro foi muito interessante para mim, em matéria de teatro. Pude assistir “As Bondosas Mulheres Choradeiras” na sexta, no Margarida Schivasapa; “Quando A Música Terminar...” no sábado, na Escola de Teatro e dança da UFPA; “Kaos” no domingo, no São Pedro Nolasco da Estação das Docas, além do SESI Bonecos no Hangar. Difícil foi escolher o que ver, e alguns espetáculos acabaram ficando fora da minha vista.

Do que vi, o que mais me impressionou foi “Quando A Música Terminar...”, criação coletiva dos alunos da Edufpa. Baseado na obra do dramaturgo francês Antonin Artaud (1896-1948), do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) e do cantor e poeta Jim Morrison (1943-1971), o espetáculo utiliza esses três vértices tão díspares – e ao mesmo tempo tão próximos – para criar um clima de estranhamento, provocação, sedução e êxtase no espectador. Não há propriamente um enredo, da forma convencional, amarrando o espetáculo. No palco, oito atores utilizam música, canto e dança para desenvolver um grande ritual cujo objetivo é despertar os sentidos para o prazer da existência absoluta, a catarse de se saber mortal e finito e ainda assim não fugir disso, mas amar e viver justamente isso, esse momento fugaz, sem recorrer à esperança hipnótica das religiões. Através do Teatro da Crueldade de Artaud tem início a jornada dos atores/personagens, e do próprio público, a esse devir humano, trágico e ao mesmo tempo único e fascinante. O próprio Artaud se faz presente em duas cartas narradas durante o espetáculo, únicos textos inteligíveis (e quem conhece a trajetória de Artaud sabe o quanto isso pode soar paradoxal) num drama em que os diálogos e discursos são criados numa “linguagem secreta” de forte sonoridade. Nesse discurso, o corpo também fala, e de forma vigorosa, exigindo grande preparo físico dos atores.

Se Artaud e seu Teatro da Crueldade permeiam o espetáculo, Nietzsche, o filósofo martelador de mentes, comparece na afirmação dessa busca do além do humano através da vivência dionisíaca, onde o homem é seu próprio deus e canta e dança e faz de sua vida arte, para seu despertar. Fechando a tríade, o poeta Morrison, com sua dança xamânica de rei lagarto, dervixe moderno. Atentem, especialmente, para a seqüência em que Renato Torres gira contra a luz até a exaustão, sua sombra gigante projetada na parede. A serem notadas, também, as quatro mulheres – não três, como Hecate, as nornes ou as parcas, mas o quadrado mágico da perfeição e do equilíbrio – vendadas, ora ameaçadoras, ora sedutoras, sacerdotisas do inconsciente que me remeteram às figuras de pesadelo dos quadrinhos da editora Vertigo.

A jornada para o absoluto não é fácil. Alguns espectadores chegam a se retirar durante o espetáculo. A maioria, porém, deixa-se levar e participa, inclusive degustando água ardente estrategicamente espalhada pelo cenário. Não se preocupem: não é cenográfica, mas real e de ótima qualidade.

“Quando A Música terminar...” vale o tempo e o ingresso. É uma experiência da qual não se sai indiferente, goste-se dela ou não. Pena ser uma temporada tão curta, restrita a poucos espectadores. O público merecia uma chance maior de vê-la. Agora só no próximo dia 9, sexta-feira. Os deuses do Teatro, que sabem dançar e cantar, agradecem.


*Reprodução do Blog Ecos do Nada por Marcelo Marat


quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Tarahumaras e a tríade dos malditos




“Quando a música terminar...” é o espetáculo do grupo Tarahumaras da Escola de Teatro e Dança da UFPa (ETDUFPa) que estréia no próximo dia 2 de novembro na própria Escola. O espetáculo é resultado da linha de pesquisa “Filosofia e Arte trágica: Nietzsche, Artaud e Morrison” coordenada pelo professor Edson Fernando Santos da Silva - vinculada à pesquisa matricial O Desvelo de Procedimentos Metodológicos para Irrupções Teatrais” do Grupo de pesquisa GITA coordenado pelo Professor Cesário Augusto também da Escola de Teatro e Dança.

O grupo Tarahumaras se baseou na tríade poética/filosófica - Nietzsche, Artaud e Morrison – para realizar a pesquisa que resultou numa linguagem teatral vigorosa e intensamente instigante.

“Temos a Arte para que a verdade não nos destrua”, esta é a perspectiva estética nietzschiana trabalhada pelo grupo e onde os atores encontraram a justificativa da construção artística do espetáculo. Para isso, foram utilizados também os relatos e pensamentos de Antonin Artaud, ator e poeta francês, que com sua encantadora e voraz narrativa, intitulada Viagem à terra dos Tarahumaras, apontou os caminhos da peça teatral rumo ao Xamanismo.

“Desse modo, assumimos então, para encenação do espetáculo, o universo simbólico do Xamanismo, e modelamos as divindades gregas de “Apolo” e “Dionísio” como filhos gêmeos da “Mãe Terra” personagem anunciadora da dor primeira da existência humana. Dela nascem os Xamãs do Ar e do Fogo, que respectivamente, perseguindo esse apetite de vida artaudiano, vão em busca do alargamento de suas consciências, através de sua iniciação nos rituais do Vôo Mágico e do Domínio do Fogo, ritos recorrentes em várias tribos xamânicas pelo mundo inteiro” alegou o diretor do grupo Tarahumaras, Edson Fernando.

Fechando a tríade da pesquisa, a poesia e a musicalidade dark de Jim Morrison, vocalista e líder da banda The Doors, complementam o ambiente do espetáculo fazendo o convite derradeiro a todo aquele disposto a atravessar as portas da percepção: A música é sua amiga íntima, dance no fogo se ela quiser, a música é a sua única amiga. Até o fim.” Para Fernando, “o convite de Jim permanece vivo e nos conduz novamente a perspectiva nietzschiana, posto que o filósofo já nos alerta que sem a música, a vida seria um erro”.


ESTRÉIA: 2 de novembro às 20 horas.

PREÇO SIMBÓLICO: R$ 5,00 (meia para estudante).

CURTA TEMPORADA: 2, 3 e 9 de novembro (sempre às 20 horas)

LOCAL: Escola de Teatro e Dança da UFPa – Etdufpa / Jerônimo Pimentel esq. Com Dom Romualdo Coelho (Antigo prédio do MEC).

CONTATO: 9198 – 1099 (Edson Fernando) / 3272 – 4435 (Edson Fernando) / 9603 – 7021 (Suanny Costa)

FICHA TÉCNICA

Elenco

Dayane Jennings

Renato Torres

Edson Fernando

Andréa Bentes

Dario Jaime Souza

Luana Moura

Luiza Braga

Roberta Bentes

Participação Especial

Astréa Lucena

Iluminação

Sonia Lopes

Figurinos

Aníbal Pacha

Execução de Figurino

Mariléia Aguiar

Execução de Sonoplastia

Edie

Fotografia

Ana Flor


*Reportagem e divulgação de Suanny Costa

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

MANIFESTO EM DEFESA DO TEATRO DE BELÉM

1- Belém não possui um teatro municipal. É necessário construí-lo, não fazendo adaptações canhestras em prédios inadequados, mas criando uma estrutura verdadeiramente original, equipada e completa para a função a qual é destinada.

2- Da mesma forma, é importante que Belém possua uma companhia de teatro municipal, com uma equipe de atores e um diretor contratado pelo período de um ano, dedicados à produção de peças clássicas que, de outra forma, jamais seriam encenadas por companhias particulares, para que tanto o público quanto a classe teatral tenha acesso a essas peças.

3- A mesma concepção pode ser estendida ao governo do Estado, com a criação de uma companhia de teatro estatal.

4- É importante que as peças, montadas por essas companhias públicas, tivessem temporadas mais longas, de quatro ou cinco meses, para garantir o aprimoramento dos atores.

5- Belém precisa de um festival sério de teatro, da mesma forma que tem festivais de ópera, de dança, de cinema etc. Um festival que dê espaço tanto para grupos profissionais quanto para grupos amadores ou experimentais. A capital possui vários espaços interessantes que podem ser utilizados para espalhar teatro por toda a cidade.

6- Assim como poesia, teatro não é comercial, especialmente numa capital problemática como Belém, e especialmente quando se trata de teatro de maior qualidade, com peças mais difíceis de montar e apresentar. Dessa forma, não se pode pensar num festival como esse sem que a iniciativa venha do governo estadual e municipal, através de suas secretarias de cultura. A pressão sobre eles, portanto, pela classe artística é fundamental.

7- Da mesma forma, dentro do conceito de um festival de teatro, o intercâmbio com companhias e artistas profissionais de outros estados, ou mesmo internacionais, é muito importante.

8- A integração entre os espaços cênicos públicos de Belém deve ser incentivada e aprimorada, bem como a sua democratização e utilização racional e eficiente.

9- A classe teatral de Belém precisa de uma associação séria, que realmente a represente. Cabe a cada artista (atores, diretores, técnicos, profissionais ou amadores) o empenho para que essa representatividade seja alcançada.

10 - Educação é fundamental. Sabe-se que a questão da formação do ator passa por níveis mais complexos do poder público, que um simples manifesto não resolveria. É política federal, derivada do centro do poder e das assembléias legislativas dos estados. Não seria inviável, porém, a publicação de uma revista sobre teatro, com textos que servissem ao aprimoramento cultural, estético e crítico da classe teatral, em todas as áreas.


*Reprodução do Blog Ecos do Nada por Marcelo Marat